Há muito tempo o mundo vem se
despertando para a necessidade de investir em pesquisas que possam contribuir
para fundamentar todo e qualquer dado histórico. Os grandes investimentos
históricos científicos no futebol, até aqui, eram quase que restritos às regras,
federações e jogadores, mas, com o passar do tempo, verificou-se que existe uma
pessoa que faz parte deste círculo, que passa muitas vezes despercebida no
futebol, mas que é tão antiga como o futebol. Esta pessoa é o árbitro. Segundo
a Fédération Internacionale de Football Association (Fifa), estima-se que
exista no mundo mais de um milhão de árbitros de futebol trabalhando nos mais
diversos campeonatos.
O árbitro é tão importante para o
futebol, que sem ele não pode ocorrer uma partida (Internacional Football
Association Board, 2007). Na realidade, para uma partida ser conduzida com
eficiência deverão estar presentes no campo de jogo, no mínimo, três árbitros,
isto porque um atuará como árbitro principal (aquele que apita a partida); os
outros dois atuarão como árbitros assistentes, conhecidos popularmente como
bandeirinhas.
Por muito tempo, o árbitro de
futebol foi considerado uma figura secundária no futebol. Com o passar dos
anos, observou-se que o árbitro é a pessoa que realmente pode decidir uma partida.
O árbitro é tão importante para este esporte, que uma decisão equivocada pode
retirar de um campeonato uma equipe que investiu milhões de dólares na compra e
preparo de jogadores, restando-lhe apenas lamentar.
A partir do século XIX, com a
criação das regras do futebol, separando ou distinguindo-o do Rugby, ele passou
a ter as características que permanecem até hoje. As regras, que segundo a
Confederação Brasileira de Desportos – CBD (1978) eram em número de nove,
estabeleciam como este esporte deveria ser jogado.
Nessa época, o senso comum dos
jogadores dirigia os jogos, que eram considerados quase uma brincadeira. Havia
humildade entre os jogadores, e caso alguém gritasse que havia ocorrido uma
falta todos paravam, já que gritavam: Pára! Pára! Um ou outro reclamava, mas o
jogo era interrompido, porque ninguém mais corria atrás da bola e o senso comum
prevalecia.
Com o passar dos anos, o senso
comum já não garantia que as regras fossem cumpridas pelos atletas, e diz
Saldanha (1971), que antes do aparecimento do árbitro de futebol, quem cumpria
este papel era uma comissão, que durante as partidas se posicionava em um
palanque. Esta comissão só se pronunciava ou interferia no jogo mediante a
reclamação de uma das equipes.
Quando uma equipe se sentia prejudicada,
recorria à comissão, todos os membros da equipe se manifestavam e corriam até
ela, exigindo providências, mas essas reclamações, nem sempre, eram em termos
moderados, com isso, não era raro que o palanque fosse lançado ao chão com
comissão e tudo, comenta Saldanha (1971).
Para evitar que todos os
jogadores pudessem reclamar, isto é, ir até a comissão, foi instituído que o
jogador “reclamador” deveria utilizar um boné. Ainda segundo Saldanha (1971), o
curioso é que o boné deu origem ao que se passou a chamar de capitão da equipe,
porque boné em inglês é cap, e quando uma equipe inglesa ia jogar em outro país
e aparecia na escalação do time um dos jogadores designado como cap, todos
pensaram que era abreviatura de capitão; com isso, foi instituída a figura do
capitão nas equipes, o “reclamador”. Isso foi incorporado em vários esportes,
por isso é que as equipes até hoje acreditam que o capitão tem o direito de
reclamar acintosamente durante o jogo.
Fonte: Universidade do Futebol - Disponível em: <https://universidadedofutebol.com.br/o-arbitro-de-futebol-uma-abordagem-historica/>.
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