O Árbitro de Futebol – uma Abordagem Histórica - Parte 2



Em 1881 surge a figura do árbitro, diz Antunes (19–). Este dirigia as partidas de futebol sem uma regra que estipulassem quais eram seus direitos e deveres.
A CBD (1978) e Duarte (2000) citam que em 1868, em uma das várias modificações que sofreu o futebol até hoje, apareceu o árbitro, mas ele não atuava dentro do campo de jogo. O árbitro só intervinha em uma jogada quando alguém de uma das equipes reclamava. Segundo Antunes (19–), em 1890, surge o árbitro por meio da regra, que regulamentava a sua função em campo. De acordo com esse autor, os primeiros árbitros (juízes) de futebol eram os senhores que utilizavam irrepreensíveis calças vincadas bem cortadas e jaquetas, que corriam por campos enlameados parando o jogo a gritos quando achava que teria sido cometida uma falta. Em 1891, de acordo com Antunes (19–) houve uma revisão completa do código, que dava agora ao árbitro dois assistentes, que ao contrário do árbitro, já surgem com suas funções determinadas. No início, o árbitro não utilizava apito para parar uma jogada. De acordo com a CBD (1978), ele apenas gritava para que os jogadores parassem quando entendia ter sido cometido uma falta.
Duarte (1997) pontua “que, em 1878, o apito começou a ser usado e isso aconteceu no Nottingham Forest Ground”. O ex-árbitro britânico Ken Aston foi o inventor dos cartões amarelo e vermelho, utilizados para sancionar os jogadores, e eles foram incorporados ao futebol na copa do mundo de 1970, que foi realizada no México. Aston por quatro anos, foi presidente do Comitê de Árbitros da Fifa e foi o responsável pela introdução das bandeiras utilizadas pelos árbitros assistentes, para que suas sinalizações fossem mais visíveis e pela designação do quarto árbitro. Com o passar dos tempos, porém, a regra que trata da arbitragem foi sofrendo modificações, dando, cada vez mais, poderes ao árbitro, já que o futebol passou a ser praticado não mais como brincadeira, mas como competição, que agora envolve tanto clubes regionais quanto clubes estaduais e até internacionais.
Manzolello (19–) comenta que arbitragem é um “troço doido”, porque o julgamento desportivo é uma difícil tarefa, pela própria dinâmica intrínseca do jogo. O árbitro deve, praticamente, num mesmo instante: observar, constatar, interpretar, julgar e punir ou absorver um atleta, e isso não é fácil e não é qualquer pessoa que consegue. Manzolello (19–) relata ainda que a função de julgar de um árbitro se torna mais difícil pelo fato deste não estar julgando um fato isolado, mas uma “chuva” intermitente deles num espaço de tempo pequeno sem “replay“.
O julgamento do árbitro difere do julgamento de um juiz, pois esse último pode consultar a lei, defender uma tese, invocar a doutrina ou discursar para os jurados antes de pronunciar sua decisão. Para tomar uma decisão, o árbitro é, ao mesmo tempo, delegado, promotor, júri e juiz, tendo também que atuar como advogado de defesa em alguns momentos, porque é sabedor da grande responsabilidade que lhe pesa nos ombros, pelo caráter irrecorrível das suas sentenças, conclui Manzolello (19–).
De acordo com Antunes (19–), a partir de 1896 a regra dá ao árbitro o direito de punir por sua própria iniciativa e suas decisões seriam sem apelo, porque até então os árbitros, geralmente, só puniam ante uma reclamação de um dos times.
Na regra do futebol, o árbitro também tem a sua, específica, que define sua função durante a partida. Atualmente, seus deveres estão descritos na regra de número 5, a que define a função de seus assistentes é a de número 6. O árbitro pode atuar como árbitro assistente e o árbitro assistente como árbitro. Na verdade ambos são árbitros, mas como durante uma partida, atualmente, utilizam-se dois árbitros assistentes, então dois árbitros são escalados nesta função. Por isso é que se vê que, em algumas partidas, o árbitro está atuando como assistente e, em outras, como árbitro principal.
Atualmente a regra também descreve a função de mais um árbitro, que poderá compor a equipe de arbitragem designada para conduzir uma partida. Esse é o árbitro reserva, o quarto árbitro, o qual poderá vir a atuar na partida caso alguém se machuque na função de árbitro principal ou árbitro assistente, dependendo do regulamento do campeonato.


Fonte: Universidade do Futebol - Disponível em: <https://universidadedofutebol.com.br/o-arbitro-de-futebol-uma-abordagem-historica/>.

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