Árbitro de Futebol e demais Modalidades: Conheça Uma História de Vida que jamais deve ser esquecida

             No dia que antecede o Dia do Árbitro vamos contar a História de um Grande Personagem na História do Futebol Gaúcho e Brasileiro, mas pouco conhecido na atualidade: Alexandre Marques.
        
              Começamos nos campos de várzea. O faroeste do futebol. Como age o homem da lei na terra sem lei? “A várzea é diferente do profissional: tem que ter malandragem”. Essa frase é de Alexandre Rogério Marques.

            Ex-árbitro de futebol com 1656 participações em jogos. Teve a carreira encerrada prematuramente por problemas de saúde. Enquanto ativo como comandante das partidas, sabia todos os segredos de como sair ileso, de cabeça erguida, do campo de várzea. Ele detinha o código, a letrinha miúda da embalagem, a antiga “manha” para enfrentar os desafios do campeonato amador.

            Por começar tardiamente na arbitragem, aos 38, não conseguiu a ascensão que desejava, mas apitou esse absurdo número de jogos. Esteve mais em campo do que Pelé. Imagine então quantas vezes assoprou o apito. Essa conta ele infelizmente não fez. A dúvida que o aflige atualmente, aos 51, é o quão longe teria ido se tivesse começado jovem, na flor da idade. Poderia alcançar o nível de exímios árbitros como Carlos Simon e Leonardo Gaciba.

            Alexandre Marques não suportou. Após um jogo em Ararigboia, o coração de Alexandre cedeu. Era um frio intenso, em 2009. Oito meses desempregado, o árbitro se esgueirava para sustentar a família. Sentia alguns sintomas, dores no peito, mas precisava apitar. Nesse dia apitou duas semifinais, daqueles jogos ditos “pegados”.

            Na época, o estresse o fazia não só fumar, mas ingerir o cigarro. Ao final da partida, entrou no ônibus e começou a se sentir mal, ao lado de um colega. Cerca de três minutos depois, faltava-lhe o ar. Tudo ficou escuro. Deitou lentamente a cabeça no colo do amigo. A sorte estava com ele. Havia um posto de saúde ali perto, o posto Bom Jesus. Foi carregado às pressas. Só lembra-se de sentir os pulsos do desfibrilador em seu peitoral, Infartou.


            Alexandre não queria largar a função. O sopro do apito já não possuía a mesma intensidade. Sem condições de retorno. Depressão, muitos remédios e quilos a mais. Achou, então, um jeito de ficar próximo à arbitragem. Criou um blog e começou a escrever compulsivamente. Tem, no seu quarto, o cantinho mais do que especial para entregar-se às teclas. Hoje em dia, escuta de alguns dos amigos jogadores que fez: “o professor infartado apita muito melhor do que esses que estão aí”. E Alexandre o faria, apitaria sentado se fosse possível. Talvez, oferecidas melhores condições, ele não tivesse saído dos gramados, para poder voltar a ser xingado pelos jogadores. Afinal, para que servem os elogios de hoje? Bons eram os xingamentos direcionados a um juiz em plena forma, com o coração vibrante, na ponta do apito.


 Nas fotos acima as Notícias do Ocorrido com Alexandre Marques no Jornal diário Gaúcho. Abaixo, foto do Personagem.



Um comentário:

  1. Foi lamentável o que aconteceu com ele mas Deus sabe todas as coisas eu era o amigo q estava com ele no ónibus aquele dia levei um susto tbm qdo vi ele todo roxo já estava infartando qdo levantei sua cabeca para respirar Orq ele estava sufocado fiquei com ele ate chegar um parente no hospital e um grande arbitro e auxiliar considerado um grande amigo e tenho orgulho de dizer q amo esse kra meu veio. Um grande abracao

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