O
Futebol vem evoluindo a cada ano, difundindo a partir desse novas modalidades,
bem como abrindo novas portas. Uma das maiores portas que estão se abrindo a
cada ano e precisamos evoluir muito, é o Futebol Feminino.
A
presença feminina no futebol ainda busca uma afirmação no país do futebol. A
maior dificuldade é tentar driblar o machismo, que é tão predominante na
cultura brasileira. Em 2007, foi criada a Copa do Brasil de Futebol Feminina,
que busca difundir o esporte no país e atrair novos talentos.
Segundo
o livro "Futebol, Carnaval e Capoeira - Entre as gingas do corpo
brasileiro", de Heloísa Bruhns, enquanto os homens da elite brasileira
começaram a praticá-lo no final do século 19 em São Paulo e no Rio, o grupo
feminino que aderiu à prática do futebol era pertencente às classes menos
favorecidas. Por conta disso, as mulheres que jogavam futebol eram consideradas
"grosseiras, sem classe e malcheirosas". Às mulheres da elite cabia o
papel de torcedoras. "As partidas de futebol [masculino] eram um evento da
alta sociedade e as mulheres se arrumavam para ir assistir aos jogos",
afirma o livro.
Os
primeiros registros de partidas mistas no país, com homens e mulheres juntos,
datam de 1908 e 1909.
Em
1913, houve um evento beneficente, que foi considerado por muitos anos como a
primeira partida de futebol feminino no Brasil. Anos depois, porém, foi
descoberto que, na verdade, o time “feminino” era formado por jogadores do
Sport Club Americano, campeão paulista daquele ano, vestidos de mulher,
misturados a “senhoritas da sociedade”. Desta forma, considera-se que a
primeira partida de futebol feminino no Brasil ocorreu em 1921, entre
senhoritas dos bairros Tremembé e Cantareira, na zona norte de São Paulo,
conforme noticiado pelo jornal A Gazeta.
Em
1941, aconteceu o primeiro jogo masculino apitado por uma mulher, num amistoso
entre o Serrano de Petrópolis contra o América do Rio. Na ocasião, o árbitro
passou mal e uma atleta da partida preliminar ao amistoso assumiu o apito.
Em 14
de Abril de 1941, durante a presidência de Getúlio Vargas, foi-se criado o
Decreto-Lei 3199, proibindo a “prática de esportes incompatíveis com a natureza
feminina”, entre eles o futebol. Este decreto-lei só seria revogado em 1979.
O
Araguari Atlético Clube é considerado o primeiro clube do Brasil a formar um
time feminino, que em meados de 1958, selecionou 22 meninas para um jogo beneficente
em dezembro deste mesmo ano. O sucesso desta partida foi tão grande, que a
revista "O Cruzeiro" fez matéria de capa sobre o acontecimento, pois
até então, partidas femininas só ocorriam em circos ou em quadras de futsal.
Com esta divulgação, houve, nos meses seguintes, vários jogos do time feminino
do Araguari em cidades de Minas Gerais (Belo Horizonte inclusive) e também em
Goiânia e Salvador. Em meados de 1959 a equipe feminina do Araguari foi
desfeita, por pressão dos religiosos de Minas Gerais.
Em
1967, Asaléa de Campos Micheli, mais conhecida por Léa Campos, foi a primeira
mulher a terminar um curso de arbitragem. O Decreto-Lei 3199 proibia as
mulheres apenas de jogarem, mas não faziam menção sobre arbitragem. Essa brecha
foi o que garantiu a Léa o direito de participar do curso de árbitros em Minas
Gerais, feito no Departamento de Futebol Amador da Federação Estadual. Em
entrevista ao programa Esporte Espetacular, da Rede Globo, em 2007, ela
informou que não pode participar sequer da formatura do curso, por represálias
machistas.
A
primeira seleção Brasileira de futebol feminino foi convocada pela CBF em 1988,
para disputar - e vencer - o “Women’s Cup of Spain”.
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