Opinião do Apito: O lado da Arbitragem que Poucos Reconhecem


            Quando resolvi ser Árbitro de futebol, após apitar os primeiros jogos de base no Santos Esporte clube Gravataí eu pensei que não queria mas apitar com um apito emprestado e uma camisa qualquer. Dessa forma, fui a loja mais próxima de artigos esportivos e comprei um apito de bolinha azul e perguntei já o preço da camisa de arbitragem. Como está camisa era no momento para mim, vamos dizer, era cara eu não comprei.
            Na sequencia, passaria uns dois dias eu teria que apitar mas um jogo e mais uma vez: eu não queria apitar com uma camisa qualquer. Parei, pensei, então lembrei que tinha uma camisa preta mais ou menos bonita e recortei outra camisa preta e pedi para minha mãe costurar dois bolsinhos pretos na altura do peito para eu ali colocar os cartões.
É real: A camisa existe. Segue na foto abaixo!



            Na real, achei que o pessoal ia rir e dizer alguma coisa tipo "Bah que paia", mas ninguém reparou e ainda falaram:
_"Fardadinho de juiz é, agora sim, senti firmeza".



            Os cartões eu ganhei de um amigo e assim eu fui apitando.
            No começo da vida a cada dia que passa, vamos aprendendo a andar, gesticular, e falar na arbitragem é assim também. Começamos leigos, somente sabendo o básico que assistimos na TV.
            Com o passar dos tempos, acabamos lidando com a pressão e começamos a gostar querendo aprender, se aperfeiçoar cada vez mais, fazendo cursos.
            Na minha opinião, para ser um bom árbitro temos que saber estes três itens :

1° Saber a regra
2° Ter um bom preparo físico
3° Saber ler o jogo

            Claro que poderia colocar muito mais situações, mas vamos trabalhar com esses três.

            Saber a Regra te faz ter controle de todas as situações que poderiam acontecer na partida. Ter um preparo físico para sempre apitar de perto é essencial para você não escutar aquele:
            "Mas daí tu enxergou a falta? Por isso que você não viu a falta, não corre só fica parado no meio campo".

            Um árbitro em um jogo oficial faz em cerca de 12 km a 15 km por jogo. Imagina o preparo físico que eles tem os treinos que são feitos durante uma partida e outra para percorrer está quilometragem.
            Muitos confundem leitura de jogo com a metáfora da regra 18 (dezoito). As regras são só 17 (dezessete), estas que devem ser aplicadas, porém com espírito de jogo como diz na página 17 no livro de regras 2018 e 2019. Para mim o significado para espírito de jogo é simplesmente a leitura de jogo.
            E fácil pegarmos um vídeo e dizer se o árbitro errou ou não. Mas você por acaso viu o jogo e viu o espírito do jogo como estava?
            Uns deixam algumas partidas ser mais pegadas, outros apitam tudo, e nenhuma maneira está errada, porque usaram a leitura de jogo. Eu por exemplo não tenho estilo próprio para apitar, eu apito a partida devido a leitura que fiz dela, entre os primeiros minutos iniciais. Uns deixo rolar, outros seguro mais, aplico cartões e outros converso mais. Mas não está errado professor?
            No meu ver não, na minha humilde opinião, se ambas decisões forem as mesmas para ambos lados, tudo ok.
            O que eu não aceito é:

 1° Inventar regra para se proteger;
2° Não aplicar cartão por medo;
3° Fazer que não viu por medo;

            Digo isso, por que um Árbitro medroso, não tem vida longa. Claro que nada justifica uma agressão, mas você também tem que saber onde apita, porque há lugares que não tem como. E se você sabe onde vai se meter, porque a grana e boa, então você arriscou sua cara para o que der e vier.
            Nenhuma taxa vale um dente na cara, pense nisso, e se você apita primeiramente pelo dinheiro, você vai ter uma vida dura, porque pode até me achar um político, mas sou fã da antiga arbitragem, onde o valor maior era primeiramente o reconhecimento e o dinheiro era somente complemento.




          Espero estar colaborando com os demais, compartilhando um pouco mais aqui sobre meu início de carreira, bem como alguns itens que acredito que seja fundamental em nossa formação e no dia a dia dentro de campo.

     Forte Abraço!
     Jhefferson Rodrigues.

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