O árbitro gasta boa parte de sua
vida correndo próximo da bola, sem poder tocá-la, entre os jogadores suados e
suando também, desgastando-se fisica e psicologicamente, correndo na chuva ou
no sol, para, muitas vezes, no final de um trabalho prestado com satisfação
sair de campo aos gritos de “ladrão, ladrão”.
Para o torcedor, é a vitória de
sua equipe que importa. Uma semana cheia de problemas e desgostos pode ser
esquecida mais facilmente, se sua equipe conseguir uma vitória. Contudo, esses
fanatismos antes, durante e após uma partida de futebol podem levar qualquer
pessoa a cometer atos violentos e selvagens independentes de seu nível
cultural. Ato assim ocorreu em uma partida de futebol pela da extinta Copa Sul,
em Curitiba, na qual o médico da equipe do Grêmio adentrou o gramado e agrediu
o árbitro com socos e pontapés.
Serran (19–) acredita que um bom
árbitro precisa reunir tantas qualidades que normalmente não são exigidas aos
comuns mortais para cargos bem mais remunerados. Serenidade, equilíbrio,
profundo conhecimento das regras, bom senso, rapidez de raciocínio, bom preparo
físico e em doses maiores, a ajuda de Deus, são algumas dessas exigências.
Hoje, atuam oficialmente como
árbitro homens e mulheres. Não se sabe ao certo quando as mulheres começaram a
atuar como árbitro. Mas o reconhecimento da capacidade da mulher para atuar
como árbitro por algumas Federações não foi fácil. Na Argentina, por exemplo, a
árbitra Florancia Romana teve que fazer uma greve de fome na porta da
Associação de Futebol Argentino para exercer seu direito de arbitrar. O trio
designado para conduzir uma partida pode ser formado por somente homens ou
mulheres, podendo também ser constituído de forma mista.
As mulheres há muito tempo
atuavam como árbitras assistentes, mas recentemente a Fifa autorizou-as a
apitar jogos das eliminatórias da copa do mundo de 2006. Entre os critérios
exigidos está a exigência de possuir experiência de no mínimo 5 anos na
principal categoria de futebol masculino de seu país.
Nicole Petignat foi a primeira
mulher a apitar um jogo da Copa da Uefa (Union European Football Association),
em agosto de 2003. Ela atuava em jogos internacionais femininos desde 1996 e
jogos masculinos da primeira divisão na Suíça desde 1999.
No Brasil um trio totalmente
feminino só foi permitido atuar no Campeonato Brasileiro masculino Série A pela
CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em junho de 2003, onde a paulista Silvia
Regina de Oliveira, pertencente ao quadro da Fifa foi a árbitra designada para
dirigir a partida, sendo as árbitras Ana Paula de Oliveira e Aline Lambert,
designadas como suas assistentes. Segundo a Associação Nacional dos Árbitros de
Futebol (Anaf) a primeira mulher árbitra reconhecida no mundo foi Asaléa de
Campos Michellim. Ela fez o curso de arbitragem em 1967 na Federação Mineira de
Futebol (FMF), mas só em 1971 seu diploma foi reconhecido pela Fifa. Em 2004,
nas Olimpíadas de Atenas, pela primeira vez a Fifa recrutou somente mulheres
para arbitrar os jogos de futebol feminino desse evento. Portanto, fica claro
que a participação feminina no futebol de alto nível competitivo é recente.
Fonte: Universidade do Futebol - Disponível em:
<https://universidadedofutebol.com.br/o-arbitro-de-futebol-uma-abordagem-historica/>.
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